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quinta-feira, 31 de julho de 2008

Tentar perceber o acordo ortográfico - parte 1


A ortografia da língua portuguesa é regida por um conjunto de normas que são oficializadas através de acordos ortográficos. Desde o início do século XX quer em Portugal, quer no Brasil, surgiu a intenção de estabelecer um modelo de ortografia que pudesse ser usado como referência nas publicações oficiais e no ensino em ambos os países, iniciando-se assim um longo processo de convergência das duas ortografias.

No ano de 1943 realiza-se em Lisboa um encontro entre os dois países com o objectivo de uniformizar os vocabulários já publicados, o da Academia das Ciências de Lisboa, de 1940, e o da Academia Brasileira de Letras, de 1943. Deste encontro resultou o Acordo Ortográfico de 1945, que, no entanto, apenas se tornou vigente em Portugal, não tendo sido ratificado pelo Brasil, que continua a reger-se pelo Vocabulário de 1943.

Em 1986 foi feita, no Brasil, uma nova tentativa de uniformização mas não se chegou a consenso. Anos mais tarde, fruto de um longo trabalho desenvolvido por ambas as Academias, os representantes oficiais de Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, Portugal e São Tomé e Príncipe assinaram o Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa de 1990, ao qual em 2004 adere Timor. O texto do acordo de 1990 ainda não entrou em vigor, não tendo sido ratificado por todos os países.

Em suma, vigora no Brasil o Formulário Ortográfico de 1943 e em Portugal e nos restantes países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa) o Acordo Ortográfico de 1945.

Tal como os acordos, também as nomenclaturas gramaticais são diferentes no Brasil e nos restantes países da CPLP. A legislação que coloca em vigor a Nomenclatura Gramatical Brasileira data de 28 de Janeiro de 1959, enquanto que a equivalente portuguesa é de 28 de Abril de 1967.

Numa primeira análise sobre esta temática que só ouvi falar por estes dias, vejo que este assunto já vem de algum tempo atrás e que deve ter sido bem difícil chegar a um acordo e ainda mais difícil implementá-lo (já que o acordo de 1990 ainda não está em vigor)!


Algumas dúvidas saltam-me logo à vista quando se fala neste acordo:


1º - quando irá arrancar este acordo oficialmente (o de 1990 estava previsto para começar só em 1994, pelo que li noutro lado);

2º - de que forma as pessoas que não estão no ensino básico/secundário (como eu) irão ter acesso às alterações linguísticas previstas neste acordo (e não me venham dizer que vão fazer uma rubrica nos telejornais dos canais públicos com vista a ensinar uma alteração por dia, isso iria ser mais do que ridículo!!);

3º - como é que os piquenos que estão neste momento a estudar iriam "transitar" para este novo acordo? iriam ser prejudicadas se ainda escrevessem segundo o antigo acordo?


vamos lá SOCRAS tou à espera de respostas!!



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