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terça-feira, 12 de agosto de 2008

"Equador", Miguel Sousa Tavares

Acabei este domingo, após uma maratona de mais de 100 páginas de ler este romance do Miguel Sousa Tavares.

Este livro leva-nos de volta a 1905, na personagem de Luís Bernardo, sócio principal de uma empresa de navegação que a convite do Rei D. Carlos aceita um cargo de governador em São Tomé e Príncipe com uma missão muito especial.

Contundo, um assunto de saias em que se envolve até ao pescoço, atravessa-se no seu caminho e ameaça seriamente a sua missão em São Tomé e mesmo o bom nome que até então tinha conseguido preservar.

A escrita do Miguel Sousa Tavares impressionou-me desde o início do livro, não usa palavras caras, a leitura flui bastante bem, não é maçador nas descrições que faz do tempo, espaço e ambiente e consegue realmente transportar-nos para onde a ação decorre! (para isso muito deve ter contribuído a ajuda de algumas pessoas e todo um trabalho de pesquisa e documentação feito pelo Miguel e algumas instituições e pessoas que com ele colaboraram)
Está claramente visto que não consigo me entusiasmar com um livro que não tenha um fundo histórico, ou pelo menos aborde algum facto real. Estou fartinho de fições!

A única coisa que realmente me desapontou foi o final. Acho que o que o Luís faz é completamente fora da natureza com que ele nos é apresentado no livro todo! Então o homem que se dá com a fina nobreza da mesma maneira que com o povão, o mesmo homem que defendeu em tribunal 2 escravos quando mais ninguém o iria fazer com a disponibilidade dele passando por cima de tudo e todos, o mesmo homem que nunca se importou com as consequências das suas ações por vezes tresloucadas faz o que faz naquele final em nome de quem? Para salvar o casamento e o bom nome do David e da Ann? A Ann mereçia isso? Então deixou o David (o proclamado amigo) viver com mais um par de cornos? Não era de ir falar com ele e tratar de tramar a Ann e a conspiração já preparada para derrubá-lo do governo de São Tomé? Enfim, não percebi...

A parte final pareçeu-me um pouco mal preparada e repentina de mais. E então os planos do hospital novo e da iluminação da capital, foram assim jogados fora? Ai Miguel...

4 comentários:

Ninetta disse...

Ah ah ah ah ah Aprende Salvatore só és mesmo amigo do teu amigo se lhe enfiares um bom par de cornos LOL

Ainda bem que eu sou tua amiga ;-)

Cronos disse...

Apesar de não conhecer o livro (apenas li algumas críticas e alguns excertos), deixo apenas um breve comentário: as pessoas que têm lido, têm dito bem! É impossível agradar a todos.

(Um aparte: o gajo é um pedante nos comentários que faz no Jornal da Noite da TVI - junta-se a fome, com a vontade de comer [ou não fosse a bocarra da Manuela a anfitriã]).

Cronos

Cronos disse...

Salvaguardando o acordo ortográfico, ó Salvattore para quando a adaptação desses Ç????

(ahahahahahaha)

Cronos

Anónimo disse...

ai o mereçia.....